quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Brasil das Arábias...


Gurgel na era do movido a álcool, projeto do governo brasileiro nos anos 70

Nunca na história da humanidade, a fartura de alimentos foi tão grande. A distribuição, bem como o desperdício desses alimentos é que não cresceu junto com a produção e em pleno século 21 milhares de pessoas ainda morrem de fome.
Aqui no Brasil já tivemos momentos de falta de carne, de leite e muitos outros alimentos, que devido aos planos mirabolentes da nossa economia, afetou diretamente os produtores rurais.
Um estudo publicado em setembro deste ano, alerta: o álcool e o biodiesel estão afetando a agricultura. Quanto mais terra for para o plantio de combustíveis, menos vai sobrar para comida. E o que vai acontecer nessa equação é o aumento dos preços dos alimentos.
Com o advento do biodiesel, o Brasil pode suprir 25% do mercado mundial de combustíveis e pode passar uma fase 'à lá Arábia do etanol' e com muitos 'etanodólares' entrando no caixa. Mas como milagres não existem, a cana pode ir para o brejo se não considerar o equilíbrio na produção de alimentos.
A tecnologia pode deixar o cenário ainda mais sombrio, porque as usinas de etanol não aproveitam toda a planta. Num pé de cana, de 1/3 sai o açúcar, o resto é fibra de celulose que vai para o lixo. A idéia é aproveitar esse resto que vai embora, quebrando as moléculas de celulose, que serve como matéria-prima para a produção de etanol. Isso permite tirar etanol de várias outras plantas como: grama, capim e até madeira velha. Mas essa tecnologia ainda é muito cara e para desenvolver enzimas mais baratas é necessário mais investimento em pesquisas.
A gigante inglesa British Petroleum anunciou que vai doar U$$ 500 milhões para a Universidade de Illinois dos EUA para desenvolver essa pesquisa. O Departamento de Energia do governo americano reservou U$$ 325 milhões para 6 companhias montarem usinas experimentais de bioetanol. Em Osaka, no Japão já foi inaugurada a primeira com produção em larga escala. A Petrobrás já abriu uma em outubro, com produtividade 3 vezes maior que uma usina convencional.
Mas plantar cana não será o negócio das 'Arábias', outras plantas estão entrando na parada e podem nos salvar da escassez de alimentos.


Moral da história: vai plantar feijão aonde? Vou de carro para qualquer lugar, não têm problema...