quarta-feira, 30 de abril de 2008

Dia Mundial da Terra - 22 de abril de 2008.

Foto: RPPN RIO DAS LONTRAS

E o que temos para comemorar?

Como diz num trecho de uma letra do saudoso Renato Russo: "...O mundo anda tão complicado e hoje eu quero fazer tudo por você... gostaria de não saber desses crimes atrozes, é todo dia e agora o que vamos fazer? Quero voar pra bem longe, mas hoje não dá, não sei o que pensar e nem o que dizer... Só nos sobrou do AMOR a falta que ficou..."

O amor é azul e combina muito com nosso planeta.

Um grande abraço ao nosso querido PLANETA TERRA!

Abaixo uma cartinha que minha
filha escreveu para alguém muito especial. Querem uma dica?
Eu acho que é uma conversa com a Terra...

"Querida amiga:

Espero que você esteja bem melhor quando receber essa. As notícias são de que sua saúde não anda bem, o que me deixa muito preocupada.
Soube de várias coisas tristes que te aconteceram e, se me permite dar uma sugestão para sua melhora, gostaria de pedir que você tenha um pouco mais de tolerância com os acontecimentos dos últimos anos. Claro que é fácil falar, pois também sofro como você dessas enfermidades causadas por pequenas ações aqui e acolá. Também pelas grandes decepções ocasionadas pela ignorância e maldade.
Quando digo tolerância, me refiro muito mais do que a “tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir...”, como está descrito no dicionário. Mais ainda do que “diferença máxima admitida” ou qualquer outra definição dessa palavra.
O que eu quero dizer, ou melhor, implorar, é que você exerça a tolerância como um ato de humanidade, de compaixão, de paciência. Do contrário, todos nós estaremos sofrendo as conseqüências de maneira ainda mais cruel, dolorosa e irreversível.
Por exemplo, quando vejo alguém jogar lixo no chão, seja ele um pequeno pedaço de papel ou mesmo aquelas visões grotescas de um monte de garrafas e sacos plásticos boiando nos nossos rios, tenho que exercitar ao máximo minha tolerância para não sair por aí gritando com tudo e com todos; Outro que me lembro agora é a covardia de pessoas que maltratam os animais, que batem neles, que os escravizam, os privam da liberdade, os torturam e os matam; O que dizer então dos que derrubam árvores, queimam florestas inteiras, destroem a biodiversidade?
Sei que tem horas que fica tudo muito difícil. Moro numa pequena cidade, menos de cinco mil habitantes, clima ameno, minha casa é rodeada de montanhas repletas de nascentes, há muitos rios e belas cachoeiras. As vezes estou deitada na rede, lendo um gostoso livro, num silêncio pontuado pelo canto dos pássaros. E de repente, do nada, aparece alguém com um carro e um som alto, no máximo da potência, poluindo meus ouvidos, acelerando meu coração, espantando os passarinhos. Que difícil ser tolerante!
A tolerância nesse caso é para que possamos sobreviver, mas sem nunca nos conformarmos, jamais deixarmos de nos indignar frente a tanta agressão, a tanta dor, a tanta indiferença e desigualdade com o próximo, com a natureza.
Renovo então meu pedido porque te gosto muito e sem você não estaríamos todos aqui. E é claro, porque sem sua tolerância todos nós estaremos fadados à extinção.
Querida Terra, tolere um pouco mais a humanidade, não perca de vez a paciência conosco. Dê mais um tempo para que possamos aprender a nos respeitar, a nos compreender como parte do planeta, a entendermos a necessidade de sermos mais humildes frente ao tempo, que parece querermos dominar, ou pior derrotar.
Quando todos humanos souberem que somos apenas uma parte infinitamente pequena na sua história e que certamente pela nossa ganância estamos não destruindo a você, mas a nós mesmos, iremos então melhorarmos nossas ações, nossas vidas e dos demais seres vivos que você abriga com tanta generosidade.
Saiba amiga Terra, que nem todos são maus. Muitos lutam por você, por nós, pela vida!
Tolerância é tudo que peço nesse momento. De resto, prometo lutar para dias melhores.

Um grande abraço, do tamanho do equador!

De sua amiga de sempre,
*Fernanda"


* Redação com o tema "Tolerância" feita pelos Corrêios em conjunto com as escolas.

sábado, 26 de abril de 2008

Exercício de cidadania não têm idade...


Essa simpática senhora de 97 anos acaba de renovar sua carteira nacional de habilitação. Dona Anna Variani mora em Bento Gonçalves (RS) e anda no seu inseparável fusca 74, que diga de passagem ela é a única dona (o que deve ter de interessados nesse fusca, não deve ser brincadeira...).

Presta importantes serviços de assistência social e a idade parece não atrapalhar em nada suas atividades, muito pelo contrário. Um exemplo de cidadania e força de vontade. Mas teve certa dificuldade na renovação da sua carteira. O pessoal andava meio apreensivo e preocupado com a dona Anna rodando por aí. Queriam arranjar um motorista para ela. Eu fiquei torcendo para ela conseguir. E agora que ela conseguiu, vou seguir seu exemplo, com certeza!

Abaixo uma matéria do Fantástico de 09/03/08 onde mostra ela dirigindo na sua cidade. São 66 anos de experiência e muita sabedoria!

Confira.


terça-feira, 15 de abril de 2008

Biocombustíveis: o substituto natural do petróleo

Comida para matar a nossa fome e também das nossas máquinas...

O que são biocombustíveis? Os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. Em alguns casos, os biocombustíveis podem ser usados tanto isoladamente, como adicionados aos combustíveis convencionais. Como exemplos, podemos citar o biodiesel, o etanol, o metanol, o metano e o carvão vegetal. Seus benefícios ao meio ambiente são fundamentais para que esse tipo de energia seja cada vez mais utilizado, uma vez que estão associados à redução dos gases de efeito estufa, e de outros poluentes atmosféricos, tais como o enxofre, além da redução do consumo de combustíveis fósseis (petróleo).

No Brasil apenas recentemente esse combustível entrou para o mercado consumidor e sendo totalmente miscível pôde ser adicionado ao óleo diesel. O Brasil é reconhecido mundialmente pelo pioneirismo na introdução do etanol em sua matriz energética. Inicialmente, o álcool etílico anidro foi adicionado à gasolina como oxigenante, tornando-se a mistura compulsória a partir de 1938. Mas atualmente o seu uso vêm sendo criticado como se perturbasse a produção e os preços dos alimentos no globo. Isso soa como desinformação e contrapropaganda que no mundo dos negócios têm tanto peso quanto informação e propaganda. A quem interessaria isso? Talvez a alguns setores da indústria do petróleo e a outros da indústria de alimentos que perderam dinheiro por não conseguirem preço no mercado. Um modo de inverter os fatos é justamente "assustar" o mundo com a idéia de que irá faltar alimentos.


Por outro lado, o que mais deve ser levado em conta é o impacto que as monoculturas para a produção de biocombustíveis causam. As grandes plantações de cana-de-açúcar para produção do álcool, por exemplo, detonaram grandes áreas do pouco que resta da Mata Atlântica especialmente no nordeste brasileiro e certamente será um agravamento desse quadro se o biodiesel vier a ser produzido em larga escala. Serão milhares de hectares com plantações de soja, a colza, o pinhão manso, mamona, dendê, girassol e macaúba.

Os biocombustíveis são energias renováveis e soltam menos CO² na atmosfera, mas para produzi-los é necessário um aprimorado estudo de impacto ambiental que determinada planta, em determinado bioma vai acarretar. Senão vai acontecer o mesmo que muitos usineiros tiveram que fazer: recuperar os fragmentos e proteger os que restam por causa da erodibilidade dos solos mais as alterações no clima.

A população do mundo vêm crescendo sem parar desde que o homem descobriu a agricultura, embora algumas civilizações tenham seguido caminhos alternativos dos conhecidos pelos arqueólogos. "O homem do Neolítico observava a natureza e constatava, por exemplo, que uma semente podia dar origem a uma planta", diz a geógrafa Silvia Maranca, do MAE da USP e do Museu do Homem Americano para a revista superinteressante/abril-2008. Saíram a partir daí as primeiras roças. Isso tranformou aquele homem primitivo nos mais de 6 bilhões e 600 milhões de pessoas dos dias atuais. E a previsão é que continuaremos a aumentar. O desafio desse sucesso populacional dependerá mais uma vez da inteligência em tranformar de forma sustentável o que ele têm em mãos: a Terra. Não têm outra alternativa senão usar os recursos naturais, renováveis ou não, ao seu favor bem como da sua casa que é o Planeta.

A propósito leitor: quando terminei de escrever este texto a população do mundo estava em 6.666.262.837 bilhões, como consta no globo do site poodwaddle.com no ícone aqui ao lado no meu blog. Convido-lhe a passar aqui amanhã, depois de amanhã, daqui a uma semana... comparar esses números e reparar na quantidade de gente que vai aumentando no mundo a cada dia. Confira. É muita gente, é uma loucura. Como frear esse relógio?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Hit do Verão em Floripa

Estava dando um passeio pelos canais de música uol e pesquisando quais foram os hits mais tocados nas paradas de sucesso. Fiquei muito surpresa com a primeira colocada das 20 mais tocadas: MC Créu - Dança do Créu. Você não sabia? Nem eu... A música tenta ensinar a cantar "créu" bem devagarinho até a aceleração total.

A segunda vem com Rihanna - Don't Stop the Music. Essa é legalzinha mas créu ganhou disparado.


A terceira foi uma brasileira e na minha opinião deveria estar em 1º lugar nessa lista: Vanessa da Mata e Ben Harper com Boa Sorte/Good Luck. Essa música é curiosa e bem gostosa de ouvir e não exige que você faça ginástica com a voz. É só ouvir. A lista vai embora e Rihanna volta com mais uma: "Umbrella" na 8ª. Britney Spears vem em seguida com "Piece of me" figurando a nona posição. Não adianta falar de posições... o povo quer "créu, créu, créu"...

Mas a minha preferida desse verão acabou sendo algo que não está em nenhuma lista (por isso mesmo!) e venho procurando o nome desse hit desde dezembro do ano passado. Quem teve como música de fundo no seu quadro no Jornal do Almoço foi Cacau Menezes. É claro que não só eu, mas todo mundo queria saber que música é essa. E o danado só hoje divulgou...

Hoje é sexta-feira, um calor bom de 26° por aqui e nada melhor que encher os ouvidos com essa mistura fina de baião com música eletrônica e otras cositas más. Na semana que vêm vou falar de biocombustíveis, China, bizarrices etc. Aguardem!


O Cacau me deixou curiosa e sinto muito, mas vou fazer o mesmo com vocês... Quem quiser saber o nome e quem canta esse hit clique AQUI!

Aí vai,

Enjoy!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dirigir falando ao telefone é como beber


Policial militar é flagrado falando ao telefone. Que péssimo exemplo!



Telefonar é como beber? Cuidado! Pode ser pior...

Se um dia você tiver de escolher entre embarcar num carro dirigido por um motorista embriagado ou por um falando ao celular, não tenha dúvida: vá a pé. Conversar no celular ao volante reduz a concentração em até 37%, levando o motorista a cometer erros semelhantes aos de um condutor embriagado, de acordo com estudo da Universidade Carnegie Mellon (EUA). O uso de celulares para conversar, discar e enviar mensagens de texto têm sido motivo de preocupações ligadas à segurança. Mas este estudo, pela primeira vez, usou imagens de ressonância magnética do cérebro para documentar o efeito do simples ato de ouvir um interlocutor durante uma ligação.


A redução da atividade cerebral associada à direção de um veículo pode levar o motorista a se mover de uma pista para outra de maneira errática, como foi verificado em testes feitos com 29 voluntários usando um simulador. Este é um erro comum entre motoristas embriagados.


O estudo mostrou ainda que fazer ligações mesmo sem segurar o celular na mão (por exemplo, botões instalados no volante ou o comando de voz) não é suficiente para eliminar a distração dos motoristas. Eles precisam manter não apenas as mãos na direção, mas também o cérebro concentrado na rua, disse o neurocientista Marcel Just, diretor do Centro para Imagem Cerebral Cognitiva de Carnegie Mellon.


Um estudo anterior da Universidade de Utah (EUA) já constatara que os motoristas são tão ou mais propensos a causar um acidente de carro enquanto conversam ao telefone do que quando dirigem embrigados.


- O risco em que alguém coloca a si mesmo e aos outros quando dirige falando ao celular é o mesmo que ele colocaria se assumisse o volante embrigado - diz David Strayer, professor de psicologia e um dos principais autores do estudo da equipe de Utah.


Na verdade, a pesquisa descobriu que os condutores que falam ao celular, mesmo quando utilizam dispositivos que dispensam do uso das mãos, podem ser até mais perigosos. Usando um simulador de direção sob quatro diferentes condições (sem distrações, usando um celular de mão, falando num celular viva voz e com um nível de 0,08% de álcool no sangue), os 40 participantes do estudo deviam seguir um carro de teste que freava repentinamente.


Os motoristas falando ao celular andaram mais devagar, frearam mais lentamente e se envolveram mais em colisões ou quase colisões.


Os três únicos que bateram no carro de teste estavam pendurados no celular. Nenhum dos bêbados se acidentou.


Fonte pesquisada: ciência DC (Diário Catarinense) Foto: Web

terça-feira, 1 de abril de 2008

DNA e nossas origens


Sequência DNA

Entenda como o DNA é usado na busca por origens:

De onde viemos? A resposta pode ser mais profunda do que imaginamos. Um estudo do DNA ajuda a identificar ancestralidade e a BBC Brasil lançou o especial Raízes Afro-brasileiras, que busca a origem genética de celebridades negras do país e discute a composição de parte da sociedade brasileira. Os resultados mostram a origem dos ancestrais, paternos e maternos, mais distantes desses brasileiros e estima também o percentual de genes europeus, africanos e ameríndios (indígenas) de cada um deles.
Mas como são feitos esses testes e o que eles significam?
Seguem as explicações:
Como são feitos os testes?
É usada uma auto-coleta. A própria pessoa usa um kit que contém duas escovinhas e dois recipientes com álcool. Ela passa as escovinhas na boca para coletar células e as guarda nos recipientes, que são enviados para o laboratório.
Depois, a equipe do laboratório separa as células bucais do álcool e libera o DNA que está dentro delas.
As seqüências genéticas observadas no DNA analisado são, em seguida, comparadas com as que estão cadastradas em bancos de dados internacionais. Os resultados indicam, assim, em que populações foram encontrados conjuntos de seqüências genéticas (haplogrupos) iguais aos da pessoa analisada.
O que é o teste de ancestralidade genômica e como ele é feito?
O teste de ancestralidade genômica estima as porcentagens de genes europeus, africanos e ameríndios (indígena) de um indivíduo. As estimativas são baseadas na análise de determinadas regiões do genoma escolhidas por revelarem traços que distinguem genes associados à cada região geográfica. Assim, elas representam uma "média" do código genético de uma pessoa.
Os resultados dos exames dos convidados da BBC Brasil se basearam na análise de 40 pontos do genoma, que tem cerca de 25 mil genes. Essa é a metodologia usada pelo geneticista Sérgio Pena, professor titular de bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor do laboratório Gene, responsável pelos exames.
Essas regiões são sempre as mesmas?
Não. O Dr. Pena escolheu essas regiões com base em seus estudos, mas outros especialistas podem utilizar um número diferente e porções diferentes do genoma. Segundo a professora titular de Organização do Genoma Humano do Departamento de Biologia da USP Regina Célia Mingroni Netto, "quanto maior o número de marcadores, melhor a estimativa, mas sempre será uma estimativa" já que é impraticável analisar todo o genoma.
E os testes de ancestralidade paterna e materna?
A ancestralidade paterna é rastreada pela análise do cromossomo Y (presente exclusivamente em homens), que é transmitido apenas de pai para filho e, a não ser em casos de mutação, sem sofrer mudanças.
O chamado marcador de linhagem revela assim o ancestral paterno mais antigo antes de uma mutação.
Ou seja, o Y de alguém que vive hoje no Brasil pode ser idêntico ao de um português que viveu no Algarve três séculos atrás ou ao de um africano trazido como escravo da África Ocidental no século 16.
O marcador da linhagem materna é o DNA mitocondrial, um "pedaço" de DNA que filhos homens e mulheres herdam apenas da mãe e que também atravessa gerações sem sofrer mudanças, salvo em caso de mutação. São os haplótipos (seqüências genéticas) encontrados no DNA mitocondrial que são comparados com os dos bancos de dados para determinar de onde saiu a ancestral materna mais antiga daquela pessoa.
É possível dizer há quanto tempo viveram esses ancestrais?
Não. Calcula-se que uma mutação ocorra a cada cinco mil anos, mas não há regra absoluta. Ou seja, ela pode ocorrer num tempo maior ou menor do que esse e, portanto, não é possível dizer a que época o Y ou o DNA mitocondrial analisados remetem. Quanto mais recente a mutação, maior a chance de se ter precisão geográfica nos resultados. Isso porque linhagens mais antigas que não tenham sofrido mutações por milhares de anos tiveram mais tempo para se espalhar e por isso geralmente têm um maior território de distribuição. Dessa forma, os haplótipos de uma linhagem antiga tendem a ser encontrados em um grande número de regiões enquanto as mais recentes tendem a ser encontradas em um número mais restrito.
É possível haver uma dissociação entre os resultados dos testes? Ou seja, por exemplo, o teste de ancestralidade genômica indicar que uma pessoa é 70% européia, mas os seus testes de ancestralidade materna e paterna indicarem ancestrais africanos?
Sim. O geneticista Francisco Salzano, professor titular de Evolução Humana da UFRGS, explica que a vantagem de estudar esses marcadores é que eles revelam informações bastante precisas porque não se recombinam ao longo das gerações. "Acontece que eles são uma porcentagem muito pequena do nosso genoma. O DNA mitocondrial e o cromossomo Y são unidades muito pequenas e podem não estar dando uma visão correta do que houve ao longo das gerações. Se a gente marcar 16 gerações - desde o descobrimento do Brasil, quando começou a haver mistura neste país - pode ter havido cruzamento em diferentes direções (que o DNA mitocondrial e o cromossomo Y não refletem)."
Existe uma margem de erro para os resultados? Se alguém refizer o teste pode ter resultado muito diferente?
Sim. Especialmente os de ancestralidade genômica, que são estimativas feitas com base em um processo de amostragem. O "padrão de erro" depende da metodologia adotada. No caso do método do Dr. Pena, ele próprio calcula a margem de erro em cerca de 2,5%. Sendo assim, resultados que indicam que uma pessoa tem entre 1% e 2% de uma determinada ancestralidade não são significativamente diferentes de zero. Além disso, os resultados de exames feitos por outro laboratório podem diferir se a amostragem for feita com base em outras regiões do genoma.
É possível alguém ser considerado negro, com características físicas mais africanas, ter uma composição genética majoritariamente européia? Por quê?
Sim. Porque os genes que determinam o nível de pigmentação da pele (e outras características como textura de cabelo, formato de nariz etc.) são uma parcela ínfima dos cerca de 25 mil genes que compõem o genoma humano. Em tese, uma pessoa considerada de origem africana meramente pela cor da sua pele pode ter percentual igual ou maior de genes europeus do que uma pessoa “branca”.
É possível falar em "raça"?
O termo "raça" é atualmente evitado por muitos geneticistas pela conotação política que já carregou e pelo uso ideológico que já foi feito em teorias racistas. Eles preferem usar conceitos como grupos continentais.
O geneticista Diogo Meyer, professor do Instituto de Biociências da USP, afirma que a criação do conceito de raça foi uma tentativa de explicar as diferenças entre os subgrupos da espécie humana, mas que os critérios originalmente usados como cor da pele ou formato do rosto não se confirmaram como os diferenciais de cada grupo nos estudos genéticos.
Assim, mais do que agrupar humanos como "negros", o que denota apenas a cor da pele, Meyer explica que é mais preciso identificar um grupo "africano", que, por meio do processo de seleção natural, desenvolveu, entre outras características, a cor da pele mais escura, mais apropriada para a vida na África. Ou seja, as diferenças entre os grupos estariam mais ligadas a origens geográficas do que a características físicas.
Já o geneticista Francisco Salzano sustenta que, apesar do mau uso que já foi feito do conceito de raça, o fato de ser possível distinguir características associadas a cada a grupo continental por si só já justifica o uso do termo raça.
"Uma raça é uma subespécie. A espécie humana se diferenciou em grupos continentais. Agora, com o aumento do fluxo intercontinental essas diferenças estão desaparecendo. Isso não significa que eles não tenham ainda diferenças genéticas marcantes", diz Salzano.

Pois é, a globalização está fazendo desaparecer 'raças'. Estamos diante de uma salada global...


Fonte pesquisada: BBC Brasil