sábado, 27 de outubro de 2007
Água e os 7 pecados capitais!
foto: RPPN Rio das Lontras - Fernanda Kock. (Rio Caldas do Norte que banha a RPPN Rio das Lontras e é afluente do Rio Cubatão)
O site www.h2c.com.br lança os 7 pecados capitais do uso irracional da água:
Avareza:
Invista em produtos que racionalizam o consumo de água!
Soberba:
Seja humilde, economize água!
Vaidade:
Desligue o chuveiro enquanto lava os cabelos!
Preguiça:
Use a vassoura e não a mangueira para varrer a calçada!
Luxúria:
Use a máquina de lavar roupas com sua capacidade total!
Gula:
Consuma apenas a água necessária!
Ira:
Não provoque a ira de seu vizinho, não desperdice água!
Pode parecer brincadeira, mas é um tremendo pecado o mau uso desse recurso natural.
foto: RPPN Rio das Lontras - Fernanda Kock
Todos sabem que a água cobre a maior parte do globo terrestre, aproximadamente 70% da superfície da Terra. O que pouco se sabe, no entanto, é que menos de 1% da água é potável, isto é, pronta para ser consumida. Hoje, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, mais de dois bilhões de pessoas no mundo não dispõem de água potável.
A maior parcela de culpa desse mau uso fica para agricultura e a indústria, que além do desperdío, os agrotóxicos e produtos químicos contaminam os rios e consequentemente o meio ambiente.
O uso inadequado da água para a manutenção de latifúndios, que têm como atividade principal a produção de bens para a exportação (monocultura), deveria, no mínimo, ser controlado. O agronegócio é o principal consumidor de água no Brasil e também o principal fator de desgaste de ecossistemas. Afinal, a questão da água é fundamental para a expansão das fronteiras agrícolas brasileiras, que avançam e desmatam, por exemplo, a Amazônia ou o cerrado, que é considerado a savana mais rica do mundo, de onde nascem vários dos mais importantes rios da região.
Nos primeiros anos de governo Lula, definiu-se a implantação de um projeto para a transposição, a qualquer custo, das águas do rio São Francisco. Infelizmente esse projeto obedece à mesma lógica de expansão da agricultura irrigada. O que poucos divulgam é que esse projeto está ligado àqueles que têm a finalidade de exportar frutas e camarão, obedecendo a um tipo de crescimento econômico baseado na exportação de bens primários, repetindo o mesmo equívoco da antiga produção de cana-de-açúcar, que não traz igualdade social e degrada o ecossistema.
Além de o modelo de expansão da agricultura no Brasil ser ecologicamente incorreto e socialmente excludente, há também o problema da poluição das águas. De acordo com a legislação, a poluição das águas pode ser de dois tipos: pontual e difusa. A pontual, por exemplo, é composta de descargas de afluentes de indústrias e de estações de tratamento de esgoto, sendo de fácil identificação e monitoramento. Já a difusa, composta por escoamento superficial urbano e escoamento de superfície de áreas agrícolas, é de difícil identificação e monitoramento.
A poluição por escoamento superficial na agricultura ocorre, na maioria das vezes, quando os agricultores aplicam uma dose de agrotóxico em suas plantações (prática comum sobretudo em cultivos de monocultura, pois a concentração de um único gênero chama a atenção para os predadores específicos). Com a primeira chuva após a aplicação do veneno, a água carrega o agrotóxico para um córrego próximo, que se junta depois a um rio. E como um rio tem uma utilidade muito ampla, sua poluição implica a perda de água potável, morte de peixes e possível intoxicação do ser humano, ao consumir qualquer alimento vindo dessa água ou lavado nela.
O Brasil tem o privilégio de possuir 12% da água potável disponível no planeta. Maior parte concentra-se na região amazônica, 70%.
No entanto, somente 30% dessa água é utilizada, sendo distribuída por todo o país para atender de forma desigual a população, a indústria e a agricultura.
De forma mais ampla, a água potável utilizada pelo homem dentro do território brasileiro representa 3,6% da água potável disponível em todo o mundo.
Então, nada mais justo que cuidarmos bem desse recurso natural esgotável. Um bem valioso que representa a Vida!
Fonte pesquisada: ECO 92, site h2s, relatório da ONU, UNICEF.
Fotos: FOZ DO IGUAÇU - web, RPPN Rio das Lontras.