quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Floresta Amazônica está a venda?

Mapa de terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia. Fonte: Ambiente Brasil

FLORESTA AMAZÔNICA TEM DONO
NEGÓCIO DA CHINA -
É PARA RIR OU É PARA CHORAR?
Fonte: Diário do Pará – 6/8/2006 Pequim (AG) –

Um rico empresário chinês respeitado em seu país declara aos quatro ventos ter comprado dos índios brasileiros uma parte da floresta amazônica e acaba de ser alvo de um inquérito no Brasil. Pode parecer ficção, mas não é. Nos círculos empresariais chineses, o executivo Lu Weiguang, dono da produtora de piso de madeira e importadora Shanghai Anxin, é respeitadíssimo como “o líder do setor de madeira e esta entre os 400 homens mais ricos do país, segundo a revista americana “Forbes””.

Ele é o tipo do emprendedor chinês que deu certo, festejado pelo governo, com o qual mantém boas relações. A mídia estatal chinesa, no entanto, gosta de chamar o empresário de 39 anos de “o primeiro chinês a ser dono de parte da floresta amazônica”.Improvável? É o que garante a Funai. Mas Lu Weiguang, em entrevista ao Globo por fax, afirma que comprou em 2.004 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica nativa de uma reserva indígena na região pertencente a uma tribo, que ele recusa a identificar por temer “trazer problemas para a população indígena, meus amigos”.

Lu não gosta de falar sobre o assunto nem se deixa fotografar. “O Brasil é um país muito violento, onde mais de 50 pessoas morrem por dia só em São Paulo. Não gostaria de aparecer num jornal.”Ele só concordou em responder perguntas por escrito quando confrontado com o fato de que a região amazônica nativa que ele adquiriu é grande de mais para ser ignorada. Trata-se de uma área em Mato Grosso (cuja localização exata Lu não revela)maior que Cingapura, um país de 693 quilômetros quadrados. É equivalente a todo território de Hong Kong (1.092 quilômetros quadrados), ou mais de duas vezes a ilha de Florianópolis (cerca de 450 quilômetros quadrados). Ou o equivalente, como gostam de dizer os jornais chineses, a ilha de Congming, próximo a Xangai e visível claramente em qualquer mapa da China.

ÍNDIOS CAMARADAS – A trajetória de Lu como empresário começou 1.994 quando ele deixou um cargo público no Escritório de Administração de Pesca de Wenzhou, na província de Zhejiang. Com um empréstimo de 300 mil yuans (US$. 37,5 mil) do pai, fundou a Anxin, que começou vendendo pisos de madeira e hoje e líder do setor na China e a maior importadora de madeira bruta do país. Lu diz que tomou conhecimento da qualidade da madeira brasileira em 1.996, ao conversar com empresas de Taiwan e Hong Kong que negociavam madeira entre o Brasil e China.

Naquele ano, uma decisão do governo chinês foi fundador mental para idéia do empresário de comprar terras no Brasil.Segundo Lu, não foi fácil convencer os índios brasileiros. Em 1.997, quando ele começou a abordagem, os índio se recusaram a negociar. Mas a barrreira foi vencida, conta, quando a tribo passou a acreditar que ele tinha as melhores intenções para floresta.“Para ganhar a confiança dos índios, forneci remédios, construí escolas e até investi em infra estrutura na região. Para monitorar e ajudar os índios, aluguei um satélite americano do sistema GPS. Os índios perceberam que minha intenção era boa.”

Em 2.004, finalmente, Lu teria negociado seu latifúndio, em duas etapas: primeiro, teria comprado dos índios uma área de 150 quilômetros quadrados e, posteriormente, outra de 850 quilômetros quadrados. O valor pago ele não revela. Diz apenas que o dinheiro foi depositado num fundo administrado por uma instituição financeira do Brasil em nome dos índios. E o que ele pretende fazer com o terreno? A idéia, segundo Chen Hong, é exportar a madeira do Brasil para China, onde será transformada em pisos e até móveis para os mercados chinês, europeu e americano. Parte vai virar piso de madeira na fabrica que a empresa tem em Curitiba.

Isto é para rir o para chorar?

Eu diria antes de mais nada que devemos investigar. Se for verdade, esse chinês vai ter que se enquadrar nas Leis Ambientais vigentes no País. Pois - teoricamente - sem licença ambiental e sem seguir a Lei, ninguém pode fazer nada. Até para fazer uma Unidade de Conservação ele terá suas regras a seguir.

Agora, que não deve ser de graça que ele "comprou" essa área, com certeza. Ou ele sonhou comprar?

Não é para rir, nem muito menos para chorar. Vamos investigar! Se algo estiver errado, vai ter que ser fotografado, entrevistado e bem conhecido... e a Justiça se encaminhará do resto.

A propósito: em terra de índio, ninguém entra assim não.

fonte: site expedição Villas Boas.