domingo, 7 de outubro de 2007

ENERGIA NUCLEAR


A regra é clara! Quando alguma coisa não vai bem devemos imediatamente levantar o cartão, nesse caso o amarelo, que serve de alerta e nos dá a chance de mudar alguma coisa nesse jogo enquanto há tempo. Porque o nosso planeta está pedindo socorro e seus recursos naturais entrando em colapso, e tudo que não queremos levantar é o cartão vermelho. Ave juízes do bem!

O Aquecimento Global já virou uma espécie de salvador da pátria para tudo no nosso país, como os que tratam do tal crescimento econômico com um 'desenvolvimento sustentável'. Sugiro o tema para um filme do nosso momento: "Brasil no aquecimento global insustentável de ser". Porque acaba virando uma verdadeira “dor de cabeça global” quando ouvimos as mais variadas opções para a solução do problema de déficit de energia que vai ocorrer nos próximos 30 anos. Há uma confusão muito evidente sobre a energia limpa. Nem Confúcio iria querer saber... Mas eu quero saber e conhecer cada passo desse novo conceito de um velho modelo explorador dos recursos naturais.

Acontece que as energias limpas, que não emitem CO² na atmosfera são a nossa opção obrigatória para o futuro. Biomassa, Hidrelétrica, Eólica, Solar são consideradas limpas. Até aí estamos bem e concordamos quase todos com esse pensamento, porque andam colocando a "energia nuclear" como "energia limpa", pelo fato de não emitir gás carbônico na atmosfera.
Há uma crescente consciência das pessoas que alguma coisa está errada no mundo. O ar que respiramos está poluído, as águas potáveis estão escassas e a biodiversidade diminuindo cada vez mais. A grande causa de tudo isso somos nós. Isso faz a gente se mexer, ter idéias e fazer a nossa pequena grande parte muito importante. Tudo está integrado.

A revista Superinteressante publicou uma matéria altamente tendenciosa sobre um assunto que sempre foi polêmico e têm a sua razão de ser: Energia Nuclear. Diz a matéria que esse vilão pode salvar a Terra do Aquecimento Global. O cientista James Lovelock, professor da Universidade de Oxford, considerado o pai do movimento ambientalista por ter criado a Hipótese de Gaia, teoria que inspirou milhares de ecologistas e cientistas na década de 1970 com a idéia de que a terra é um organismo vivo, anda propondo ao mundo essa tese. Esse senhor de 87 anos vem defendendo a expansão da energia nuclear. Não vou discutir essa nova hipótese porque o Urânio, matéria prima fundamental para o funcionamento nuclear é vilão do começo ao fim, comprovado cientificamente. Ora, pois, vamos mergulhar no conhecimento sobre o assunto. A própria revista não omite essas informações.

Urânio, pedrinha mágica encontrada – que coincidência!- em países pacíficos como Austrália, Canadá e Brasil (que tem a 5ª maior reserva do planeta). Isso justifica um pouco o porquê do interesse súbito por esse tipo de energia. Unindo o útil ao agradável, os EUA, atualmente a nação mais poluidora do mundo, cujo padrão de vida utiliza 2/5 planetas Terra em recursos naturais, podem mais uma vez sair ilesos da situação com a solução milagrosa da “energia limpa”, mas com um lixo pra lá de sujo.

Sete megassoluções para o mega problema ambiental. O Alerta Global:

Solução 1: Trocar carvão pelo átomo - a idéia é trocas as termoelétricas por usinas nucleares, assim produziria menos dióxido de carbono. Assim seria melhor optar nesta crise climática por lixo radioativo do que gás do efeito estufa.

Solução 2: Enterrar os gases tóxicos - ao invés de liberar os gases na atmosfera, estes seriam enterrados em poços de petróleos vazios ou formações geológicas.

Solução 3: Colocar refletores de calor em órbita - Seriam construídos 20 milhões de pequenas espaçonaves, que levariam cada uma 1 milhão de discos refletores para o espaço.

Solução 4: Pôr um guarda-sol no espaço – (como?)

Solução 5: Espalhar enxofre na atmosfera - Jogar quantidade exorbitantes de enxofre na atmosfera para bloquear os raios solares.

Solução 6: Multiplicar o fitoplancton - jogar ferro nos oceanos para estimular o fitoplancton.

Solução 7: Colocar mais águas nas nuvens - jogar gotículas de água salgada nas nuvens para aumentar a capacidade de refletir os raios solares.

Onde vamos parar? Nem para o espaço...

De onde vem a matéria prima das usinas nucleares antes e depois de virar energia:

Escrito nas estrelas: Há bilhões de anos, explosões de estrelas supernovas soltaram pedras a 10 000 km/s. Essa matéria se colidia, provocando fusões nucleares. O resíduo das explosões (elementos como ouro, chumbo, ferro e urânio ajudaram a formar a Terra).


Minério de Urânio: Cerca de 500 vezes mais comum que o ouro, o urânio está alojado em rochas simples a poucos metros de profundidade. O Brasil tem a 5ª maior reserva de urânio do mundo. Nas minas ele vira um pó amarelo, o yelow cake.

Enriquecimento: Existem 3 tipos de Urânio. O mais raro é o isótopo 234 e o mais comum é o 238(99.3% do total). O urânio 235 é o mais instável: suas ligações se quebram fácil, é o mais utilizado nas usinas. Para utilizar urânio como combustível, é preciso enriquecê-lo: um pouco de U 235 no U 238.

Balinhas: Depois de separado, triturado e enriquecido, vira pastilhas de 1 cm de altura e 0.8 cm de diâmetro. Cada uma delas gera energia suficiente para uma casa durante um mês. Até aí uma pedra comum, que não emite radioatividade perigosa. É nessa forma que vai virar energia nuclear.

Lixo dos piores: Depois da fissão nuclear na usina , o que resta são átomos radioativos de plutônio, iodo, césio e dezenas de outros elementos. O plutônio emite radiação alfa, que é captada pelos ossos humanos e causa câncer em poucos dias. Roupas, ferramentas, peças e canos impregnados de radioatividade são lixos atômicos mais leves.

Debaixo do tapete: O plutônio precisa ser armazenado em câmaras de concreto e chumbo até que pare de oferecer tanto risco – cerca de 24 000 (vinte e quatro mil anos).

Perigo!!!
Medindo a concentração de urânio 235, os inspetores internacionais descobrem que fim o material terá. O urânio que serve para mover submarinos nucleares e usinas é enriquecido com 3% de U 235. Já as bombas atômicas precisam de pelo menos 90% dele.




Mesmo que diminuam o tempo de vida do plutônio para 123 anos como os japoneses estão tentando, nunca será a melhor opção para o mundo. A melhor solução ainda está nas coisas mais simples, se não quisermos repetir erros como os que aconteceram na Ilha de Páscoa.


Há algumas lições a serem aprendidas com a história da Ilha de Páscoa. Veja matéria sobre o povo rapanui no blog http://www.rppnriodaslontras.blogspot.com/ .
Para não se extinguir, uma sociedade tem de ter controle de natalidade, conservação ecológica e sustentabilidade.” Afirma John Flenley, professor de geografia da Universidade Massey na Nova Zelândia.