terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bandeira do Brasil - Uma bela história

Bandeira do Império desenhada por Jean-Baptiste Debret e que inspirou a Bandeira Nacional.

Ontem, 19 de novembro foi o Dia da Bandeira do Brasil. Viva o Verde, Amarelo, Azul e Branco!
Sim, viva mesmo essa Bandeira que aprendi a gostar desde criança. Essa que me faz emocionar quando a vejo tremulando hasteada ou representada a cada conquista mundo afora. Mas infelizmente a maioria dos brasileiros só lembra dela a cada quatro anos... Com tanta história, o único país que possui uma "certidão de nascimento" na carta de Caminha em um ano tão significativo como 1500, merece mais reconhecimento.

Hans Donner discorreu em sua bela palestra na Assembléia Legislativa de Santa Catarina sua opinião sobre a Bandeira Nacional, dizendo que do ponto de vista do design ela está errada em sua concepção, já que a linha com as palavras Ordem e Progresso está em declínio. “No design, o conceito de positivo é sempre da esquerda para a direita e apontando para cima. O símbolo da Pátria está com defeito de design e nosso “progresso” está despencando”.
Na sua sugestão da bandeira, o designer trocou o círculo por um coração e incluiu a palavra amor, ficando “Amor, Ordem e Progresso”. A nova bandeira foi estampada em camisetas e já se tornou pano de fundo de shows no país. Conforme o palestrante é preciso ter muito amor pela pátria. “Cheguei, amei e valorizei o Brasil, este país maravilhoso que me acolheu. Tenho a obrigação de dizer que viver aqui é um paraíso”.


Fiquei com esse assunto na cabeça, imaginando como seria nossa relação com esse importante símbolo Nacional se ela fosse diferente. Em pleno Dia da Bandeira resolvi pesquisar mais o assunto e descobri uma série de informações que desconhecia, histórias e dados que não aprendi nos bancos escolares e que compartilho aqui, em especial com o Hans Donner.




"A PÁTRIA" famoso quadro de Pedro Paulo Bruno, onde mostra a confecção da primeira Bandeira Nacional bordada pela Sra. Flora Simas de Carvalho, em pano de algodão.

A bandeira do Brasil foi adotada em 19 de Novembro de 1889 e segundo recomenda o decreto de lei nº 4 tem por base um retângulo verde com proporções de 07:10 e inscrito a ele um losango amarelo que inscreve um círculo azul atravessado por um dístico branco com as palavras "ORDEM E PROGRESSO" escrito em letras verdes, assim como 27 estrelas de cor branca.

A Bandeira do Brasil tem muita história e mais ciência na sua criação do que a simples explicação das cores das nossas matas, amarelo de nossas riquezas e o positivismo nos dizeres "Ordem e Progresso". A construção dessa Bandeira tem concepção científica e foi baseada inicialmente no céu de 15 de novembro de 1989 (a formação das estrelas siderais a 30 minutos desse dia no Rio de Janeiro).

Os dizeres "Ordem e Progresso" na faixa branca é sempre escrita em verde e a frase de concepção foi baseada no lema positivista do francês Auguste Comte: O Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim.

Curiosidades da nossa Bandeira:

Uma particularidade da bandeira do Brasil é que as duas faces devem ser exatamente iguais, com a faixa branca inclinada da esquerda para a direita (do observador que olha a faixa de frente), sendo vedado fazer uma face como avesso da outra. Isso se deve a posição rebatida das estrelas desenhadas no círculo azul, que retratam a imagem rebatida do Universo conforme seria visto por uma pessoa localizada além da última esfera armilar.
Em outras palavras, a faixa branca acompanha o azimute de zero grau estelar do observador localizado na cidade do Rio de Janeiro. Ou seja, a faixa declina da esquerda para a direita por estar o observador posicionado no hemisfério sul, considerando-se a inclinação do planeta terra.

No meio a inúmeras nações austrais (possuidoras de bandeiras com Cruzeiro do Sul), o Brasil é o único país preocupado com a exatidão das horas que diz respeito a posição das estrelas inseridas sobre a esfera azul.
Sendo assim, a posição da faixa branca, assim como a posição das estrelas seguem a leitura do céu na data do seu nascimento, ou seja, a própria Bandeira carrega em si sua sideral data de nascimento.


As Estrelas:

Cada estrela de nossa Bandeira representa um dos estados do nosso país.
A estrela Spica situada acima da faixa branca representa o estado do Pará, que em 1889 era o Estado com maior território acima da linha do equador (Amapá e Roraima eram territórios federais até 1988). O Distrito Federal, ao contrário do que muitos acreditam, não é representado por essa estrela, mas sim pela estrela sigma do Octante, também chamada de Polaris Australis ou Estrela Polar do Sul, por situar-se no Pólo Sul celestial (em contrapartida a Polaris, situada no Pólo Norte celestial). Apesar de ser pouco brilhante e estar próxima ao limite de visualização a olho nu, essa estrela tem uma posição única no céu do hemisfério sul, pois é em torno dela que todas as estrelas visíveis giram. Além disso, Polaris Australis sempre está acima da linha do horizonte e pode ser vista em qualquer dia e em qualquer horário de quase todos os lugares abaixo da linha do Equador.

O Hino à Bandeira:

A letra é linda, poética e retrata as maravilhas do Brasil. Foi escrita por Olavo Bilac (1865-1918) com música de Francisco Braga (1868-1945) e apresentada pela primeira vez em 15 de agosto de 1906 segundo o livro Bandeira e Hinos de Gustavo Adolpho Bailly - 1942.

Salve, lindo pendão da esperança,

Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!


Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amados,
Poderoso e feliz há de ser.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!



* Para saber mais sobre a palestra do Hans Donner no Programa Brasil em Debate na ALESC, acesse o blog da RPPN Rio das Lontras:


fonte pesquisada e fotos: web