domingo, 30 de novembro de 2008

TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA 2008

Desde 1983 - 1984, não acontecia tamanha catástrofe na região do Vale do Itajaí e também na cidade de Itajaí. Em 1855, Hermann Blumenau, fundador da homônima colônia no vale, já descrevia a grande cheia do rio que assolou a região naquela época, elevando o nível do Rio Itajaí-açu à 15 metros em um único dia. Mas a atual tragédia apesar da semelhança com o passado, teve um quesito diferente: morros vieram abaixo com casas e tudo (Morro do Baú na cidade de Ilhota) depois de quatro meses de chuvas sem parar e um absurdo encharcamento do solo. Isso já aconteceu em janeiro deste ano e com um mês chovendo sem parar, houve vários desabamentos na região da grande Florianópolis e Unidades de conservação como a RPPN Rio das Lontras amarga prejuízos com a estrada de acesso até hoje. Foi apenas uma prévia do que viria a acontecer. Cidades como Angelina e São Pedro de Alcântara decretaram estado de emergência já nesta época.

O que estaria acontecendo com o clima da região? Além das construções irregulares em topos de morros e na beira de rios, está claro que 4 meses de chuvas sem parar com intervalo mínimo de um dia de parada nesse período é conseqüência certa do aquecimento global. E infelizmente se nada for feito no planeta iremos observar cada vez mais o aumento de catástrofes como essa.

Em 1983 eu presenciei a grande enchente que houve no Vale do Itajaí, em especial na cidade de Itajaí, minha cidade natal, e a casa dos meus pais tanto daquela vez quanto agora foram um dos poucos lugares que a água não chegou. Mas quase. Do jeito que a coisa vai, sempre batendo recorde atrás de recorde é assustador imaginar uma próxima catástrofe.
O fato é que as mudanças climáticas trazem grandes catástrofes e se junto a isso a ocupação do ser humano continuar sendo em volta de rios e morros, mais a destruição do pouco que sobrou da mata atlântica, (que um dia já cobriu toda Santa Catarina) o cenário que iremos presenciar será aquilo que nem desejamos imaginar.
Muito se fala em reconstruir. Sim, é isso que certamente vai acontecer. Mas vamos reconstruir respeitando o meio ambiente que consequentemente iremos poupar vidas e quem sabe evitar grandes tragédias como essa. E continuar lutando para que passe a "febre" do nosso querido planeta!

Abaixo fotos que dizem mais que mil palavras:







Fotos da web enviadas pelos internautas.

Por que choveu tanto em Santa Catarina?

A combinação de três fenômenos meteorológicos causou o volume recorde de chuvas. Eles podem ser reflexo de alguma alteração no Oceano Pacífico, ainda não detectada pelos especialistas. Como esses fenômenos são naturais e já aconteceram outras vezes, é pouco provável que sejam resultado do aquecimento global.

Revista Época


1 VENTOS

Desde o início de novembro, uma área de alta pressão (anticiclone) originária da região polar está estacionada sobre a costa da Região Sul. Ela tornou mais intensos os ventos que sopravam do oceano para o continente, carregando o ar úmido. Os ventos permaneceram nessa mesma direção durante 20 dias, período maior que o usual (cerca de dez dias) .

2 EVAPORAÇÃO

A quantidade de vapor d’água transportada até o continente também foi maior que o normal. Isso aconteceu porque as águas do litoral estavam entre 0,5ºC e 1ºC mais quentes que o habitual. Isso aumentou a evaporação.

3 NUVENS

Nas nuvens de chuva, o vapor que sobe das camadas inferiores se transforma em cristais de gelo. Eles caem do alto das nuvens e se tornam chuva pesada à medida que se precipitam. Desta vez, a temperatura nas camadas altas da atmosfera estava mais fria. Era de -180C, quando o habitual é -70C. Por isso, a nuvem ficou mais carregada e a chuva foi mais intensa.

Fonte: Pedro S. Dias - Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).